Seja bem-vindo ao mundo da compostagem doméstica. Estamos muito felizes em ter você conosco!
A partir de agora, os resíduos orgânicos produzidos pela sua família serão reciclados na sua própria casa.
Neste manual você encontrará informações sobre como instalar e usar a sua composteira doméstica. A compostagem com minhocas tem algumas regrinhas básicas. Leia com atenção e siga as recomendações indicadas.
Esperamos que você se divirta, aprenda e compartilhe sua experiência com seus amigos!
COMPOSTAGEM COM MINHOCAS
A compostagem é um processo biológico em que microrganismos transformam a matéria orgânica em composto, adubo natural semelhante ao solo.
A compostagem moderna foi disseminada no Ocidente a partir dos estudos do agrônomo inglês Albert Howard, considerado o pai da agricultura orgânica. No início do século XX, Howard investigou por mais de 25 anos as práticas tradicionais realizadas na Índia para o enriquecimento natural do solo. Ele percebeu que quando os elementos orgânicos se decompõem juntos, formam um subproduto riquíssimo em nutrientes (muito mais do que os fertilizantes químicos vendidos pelas indústrias). Esta união de elementos é que gera o nome “composto”.
A compostagem com minhocas, também conhecida como vermicompostagem, é o processo de transformar restos de alimentos e demais resíduos orgânicos em adubo com o auxílio das minhocas.
As composteiras domésticas do Composta São Paulo, produzidas pela Morada da Floresta, realizam a compostagem dos resíduos orgânicos com a ajuda das minhocas californianas (vermelhas). Elas consomem diariamente o equivalente ao seu peso em matéria orgânica, duplicam a população a cada 2 meses e diminuem o ritmo de reprodução quando percebem que o espaço ficou pequeno para a quantidade de indivíduos.
O sistema produz adubos de excelente qualidade (composto sólido e composto líquido) e, corretamente manuseado, não produz cheiro nem atrai animais indesejáveis.
O QUE VOCÊ VAI PRECISAR
No vídeo abaixo a Paloma te ensina como montar sua composteira
Com a composteira pronta você também precisará providenciar:
UM SUPORTE
Para colocar embaixo da composteira para que a torneira fique acessível no momento da retirada do composto líquido. Esse suporte pode ser blocos de concreto, tijolos, caixa de feira, madeira, móvel, etc.
MATÉRIA VEGETAL SECA
(Serragem, folhas, palha ou grama)
Para misturar e cobrir os resíduos de cozinha que serão depositados na composteira. Encontre uma fonte natural (jardim, praça, parque, etc) próxima da sua casa ou procure uma marcenaria ou madeireira no seu bairro e peça para eles separarem serragem grossa sem verniz para você! Não use serragem de compensado ou aglomerados que possuem cola em sua composição.
UM RECIPIENTE
Para armazenar a matéria vegetal seca. Recomendamos que você estoque-a ao lado da composteira. Isto vai tornar a rotina rápida e prática.
UM BALDINHO COM TAMPA
Para ser colocado na pia da cozinha. Neste baldinho você colocará os resíduos orgânicos que serão depositados na composteira.
MONTANDO A COMPOSTEIRA
A composteira deve ficar em um local arejado e protegido do sol e da chuva.
- Coloque o suporte no local escolhido, ou use o suporte já existente (degrau, móvel, etc).
- Instale a torneira para o lado de fora, cuidando para colocar um anel de vedação pelo lado de fora e outro pelo lado de dentro. Atenção para deixar a torneira na posição fechada (para trás).
- Coloque a caixa coletora (com a torneira) em cima do suporte. Para facilitar a retirada do composto líquido pela torneira, coloque um pequeno calço embaixo da caixa na extremidade oposta à torneira. Nessa mesma extremidade, pela parte de dentro, sugerimos colocar um tijolo encostado na parede interna da caixa. Esse tijolo ajudará as minhocas que caírem nessa caixa a saírem do líquido e retornarem para a caixa do meio.
- Encaixe a primeira caixa digestora em cima da caixa coletora.
- Espalhe o conteúdo do pacote de composto, húmus e serragem para forrar o fundo dessa caixa digestora (caixa do meio).
- Encaixe a segunda caixa digestora em cima da primeira.
- Espalhe o conteúdo do pacote de minhocas e substrato para forrar o fundo dessa caixa digestora (caixa de cima).
- Coloque a tampa nessa caixa.
O QUE COMPOSTAR?
PODE COLOCAR À VONTADE:
EVITE COLOCAR:
EVITE COLOCAR:
COMPOSTANDO
Com a composteira montada, é hora de colocar os resíduos orgânicos!
RETIRANDO OS COMPOSTOS
O composto sólido é uma mistura de resíduos em decomposição avançada e húmus de minhoca que quando pronto, possui aspecto de terra preta.
Para a sua retirada, no momento da troca das caixas digestoras, coloque a caixa do meio aberta ao sol. Devido à intensidade da luz, as minhocas mergulharão no composto. Raspe o adubo aos poucos. Repita esse procedimento até a camada de adubo ficar com 5 a 7cm de altura ou com grande concentração de minhocas. Deixe essa camada na caixa. Se ela estiver muito compactada, misture o composto levemente para não machucar as minhocas.
DICAS
A matéria vegetal seca estará praticamente intacta, visto que as minhocas não se interessaram por elas. Elas podem ser usadas no plantio juntamente com o composto, ou serem reinseridas na composteira. Para isso sugerimos que as sequem ao sol.
Por receber o líquido da caixa de cima, provavelmente o composto estará um pouco úmido. Para que ele fique mais agradável ao manuseio, deixe-o secar por algumas horas ao sol, ou por alguns dias na sombra antes de usá-lo no plantio.
O composto líquido deve ser retirado da caixa coletora periodicamente tanto para evitar o excesso de umidade, como para evitar que as minhocas que caírem nessa caixa morram afogadas.
Recomendamos que essa retirada seja feita semanalmente. Para maior aproveitamento dos nutrientes, use o composto líquido no momento da retirada. Você também pode armazená-lo em pequenas garrafas para seu estoque pessoal e para compartilhar com amigos e vizinhos. Evite guardar por mais de 3 meses!
USANDO OS COMPOSTOS
COMPOSTO SÓLIDO
Você pode usar o composto sólido tanto para adubar diretamente as plantas como para revitalizar vasos e melhorar terras enfraquecidas a serem usadas em novos plantios .
PARA ADUBAR AS PLANTAS
Faça alguns furos na terra com uma ferramenta pontiaguda. Coloque alguns punhados do composto no ‘pé’ da planta até cobrir a superfície correspondente à “copa” da mesma com uma camada de 2 a 3 centímetros. Com a chuva ou rega, os nutrientes descerão para a terra, que ficará coberta pela matéria vegetal seca presente no composto. Esta cobertura preservará a umidade e os nutrientes recém absorvidos pela terra.
PARA REVITALIZAR VASOS E MELHORAR TERRAS FRACAS
Faça uma mistura do composto + areia média + terra anterior aproximadamente na mesma proporção. Após a homogene- ização da mistura, coloque-a novamente no local a ser plantado. Em caso de vasos, coloque argila expandida no fundo e separe-a da mistura com um pedaço de tecido para facilitar a drenagem da água.
COMPOSTO LÍQUIDO
O composto líquido é um excelente adubo! As plantas absorvem seus nutrientes com muita facilidade e rapidamente apresentam resultados. Por ser muito rico em nutrientes, ele deve ser diluído na proporção de 1 parte de composto líquido para 10 partes de água, e a adubação não pode ser diária. Recomendamos um intervalo de pelo menos uma semana entre as aplicações na mesma planta.
FORMAS DE USAR O COMPOSTO LÍQUIDO DILUÍDO NA PROPORÇÃO DE 1/10
Rega: Faça a diluição em um regador e regue as plantas.
Adubação Foliar: Coloque a diluição em um borrifador e aplique nas folhas das plantas.
COMO IDENTIFICAR E SOLUCIONAR PROBLEMAS
As minhocas estão amontoadas na parte de cima da caixa:
Composto líquido com odor desagradável:
Odor desagradável na caixa digestora:
As minhocas estão fugindo da composteira:
Fungos na composteira:
Incidência de drosophilas, mosquitos, moscas, larvas ou baratas
Além das minhocas há outros insetos na composteira:
NOVA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS NO BRASIL
‘Lixo’ é uma forma inadequada e antiga de se referir aos resíduos que produzimos. Inadequada, porque existem tipos diferentes de resíduos, cada um com necessidades e possibilidades distintas de tratamento. Antiga, pois a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - LEI No 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 determina novas formas de entender, distinguir e trabalhar os resíduos recicláveis e rejeitos.
Os resíduos RECICLÁVEIS devem ser separados em SECOS (papel, plástico, metal, vidro, etc) e ÚMIDOS (resíduos orgânicos) para serem reciclados, e somente os REJEITOS (que não possuem possibilidade de tratamento, tais como, papel higiênico, fraldas e absorventes íntimos descartáveis, plástico metalizado, etc) devem ir para os aterros sanitários.
Esta é uma evolução muito importante, pois atualmente a grande maioria dos resíduos produzidos no Brasil são encaminhados para lixões e aterros, que causam danos ambientais e não proporcionam o reaproveitamento dos resíduos recicláveis (secos e úmidos).
Na cidade de São Paulo, os resíduos orgânicos representam 51% dos resíduos domésticos, seguidos pelos resíduos recicláveis secos (32%) e, por fim, dos rejeitos (17%).
COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS DOMÉSTICOS
A separação e descarte corretos são fundamentais para a melhor utilização dos recursos do planeta e, principalmente, para reduzir os danos que causamos ao meio ambiente.
Todos agradecemos sua atitude com a cidade e com o meio ambiente.